Corinthians vai receber transfer ban por dívida com Cuiabá no Caso Raniele?

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O Corinthians efetuou nesta segunda-feira o pagamento inicial do acordo firmado na Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD) para quitar dívidas com clubes, empresários e jogadores. No entanto, o valor repassado — R$ 150 mil — está sendo contestado pelo Cuiabá, que cobra uma quantia maior por parcela de Raniele e ameaça pedir sanções ao clube paulista.

Segundo o presidente do Cuiabá, Cristiano Dresch, o clube tem direito a receber R$ 750 mil nesta primeira parcela. Ele afirma já ter consultado a CNRD e reforça que, caso o Corinthians não complemente o valor ainda nesta semana, será aplicada a punição de transfer ban, que impede o registro de novos jogadores.

O acordo foi homologado em abril e prevê o pagamento da dívida em 24 parcelas trimestrais, até abril de 2031. A primeira delas deveria ter sido quitada em 17 de julho de 2025. No entanto, a própria decisão da CNRD admite que a primeira parcela poderia ser mais alta, já que o Corinthians teve as punições suspensas desde novembro de 2024, o que permitiria se preparar financeiramente.

O plano total do clube envolve o pagamento de R$ 76 milhões a diversos credores. A divisão estabelecida determina que 80% do valor pago em cada parcela vá para o credor principal, enquanto os 20% restantes cobrem honorários advocatícios.

Caso o Corinthians reincida em atrasos nos pagamentos, poderá ser punido com até seis meses de transfer ban, sem possibilidade de reversão mesmo que regularize os débitos nesse período.

Caso Raniele: entenda dívida do Corinthians com Cuiabá

O valor contestado pelo Cuiabá está vinculado à compra do volante Raniele, feita em 2024, em um acordo que totaliza R$ 18 milhões. Ao todo, a parcela vencida em 17 de julho corresponde a cerca de R$ 4,5 milhões a serem divididos entre diversos credores.

Em entrevista à Rádio Bandeirantes, o presidente do Cuiabá, Cristiano Dresch, criticou duramente a postura corintiana e cobrou responsabilidade:

“Quem pediu esse plano na CNRD foi o próprio Corinthians. Eles sabiam há muito tempo que essa parcela vencia no dia 17. O Cuiabá não tem culpa se o Corinthians virou um caos político. Venderam o Raniele para o clube e confiaram na marca Corinthians. Agora somos nós que estamos sendo prejudicados.”

Dresch também argumenta que a CNRD fez concessões excepcionais ao Corinthians que não seriam oferecidas a clubes menores como o Cuiabá:

“A CNRD criou um plano de pagamento a perder de vista, sem juros, só porque é o Corinthians. Enquanto isso, nós tivemos que recorrer ao mercado financeiro e pegar R$ 10 milhões emprestados para manter as contas em dia. O Corinthians não pode quebrar, mas o Cuiabá pode?”

Além da disputa financeira, o dirigente também fez críticas ao impacto esportivo do comportamento do Corinthians, lembrando que o clube contratou vários reforços sem quitar dívidas, enquanto outros times lutam para permanecer nas Séries A e B com orçamentos apertados:

“Eles ganharam do Ceará, um time que vai brigar para não cair. Esses pontos fazem diferença. É uma vantagem indevida. Isso é um golpe no futebol brasileiro.”

O cenário agrava a crise no Parque São Jorge, que vive um momento financeiro delicado: os salários de jogadores e funcionários foram atrasados no início do mês e até mesmo os pagamentos à empresa de segurança responsável por proteger o atacante Memphis Depay foram suspensos. O clube encerrou o ano de 2024 com uma dívida de R$ 2,568 bilhões.

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