A primeira semana da temporada 2025 da NFL chegou com o pacote completo de emoções: resultados inesperados, grandes atuações de estreantes e reações exageradas. Com a longa espera desde o Super Bowl e toda a especulação do período de offseason, as impressões iniciais sempre ganham peso — mesmo quando não passam de ruído.
É hora de separar o que é fato do que é ilusão no que vimos até aqui.
As piores reações exageradas da Semana 1 da NFL
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“Aaron Rodgers está de volta em forma de MVP nos Steelers”
Rodgers empatou com Tom Brady ao alcançar o seu 28º jogo com pelo menos 4 passes para touchdown e zero interceptações — e logo em sua estreia pelo Pittsburgh Steelers, vencendo seu ex-time, o New York Jets, por 34 a 32. Foi a primeira vez que ele teve esse tipo de atuação desde 2021, sua última temporada como MVP pelos Packers.
Foram 22 de 30 passes completados, 244 jardas, 8,1 jardas por tentativa e um rating de 136,7. Em sua volta a Nova York, não parecia um veterano de 41 anos perto da aposentadoria.
Os Steelers podem se animar por finalmente terem resolvido a posição de quarterback — ao menos no curto prazo. Já os Jets parecem ter se saído bem ao substituir Rodgers por Justin Fields. Ainda assim, Rodgers vai ter forte concorrência pelo prêmio de MVP, com nomes como Jalen Hurts, Justin Herbert, Jayden Daniels, Lamar Jackson, Baker Mayfield e até Jordan Love e Daniel Jones começando bem.
O desafio de Rodgers será manter esse nível e, claro, se manter saudável.
“O ataque dos Lions perdeu a força”
Foi feio. Os Lions correram apenas 46 jardas na derrota por 27 a 13 contra os Packers. Jared Goff teve mais uma daquelas atuações abaixo da média em jogos fora de casa: média de 5,8 jardas por passe, uma interceptação e quatro sacks sofridos.
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Sem o coordenador ofensivo Ben Johnson, que saiu, e com John Morton assumindo, o time pareceu desorganizado. Mesmo com boas armas — Amon-Ra St. Brown, Jameson Williams e Jahmyr Gibbs — a linha ofensiva foi dominada e o time não conseguiu estabelecer o jogo corrido ou o play-action. Restava apostar em passes curtos com Gibbs ou o TE Sam LaPorta.
O problema pode aumentar: a defesa dos Packers, mesmo sem um Micah Parsons 100%, foi dominante. E na Semana 3, os Lions enfrentam os Ravens… fora de casa. Se tropeçarem novamente contra os Bears em Detroit, aí sim é hora de ligar o alerta vermelho.
“Os Packers são o novo time a ser batido na NFC”
Green Bay dominou Detroit mesmo antes de Parsons garantir seu sack no fim. Jordan Love jogou de forma inteligente, sem cometer erros, distribuindo bem a bola. Josh Jacobs contribuiu nas corridas e o time controlou o relógio.
Matt LaFleur precisava dessa afirmação contra Dan Campbell e conseguiu. Mas o caminho ainda é longo: restam cinco jogos divisionais, sendo três fora. O vencedor de Bears x Vikings também estará na briga.
Ainda assim, Eagles, 49ers e Commanders seguem como maiores obstáculos na NFC. A próxima prova será quinta-feira à noite em Lambeau Field. Vencendo ali, o papo de Super Bowl vai ganhar força.
“Os Ravens vão seguir tropeçando com Lamar Jackson”
A torcida de Baltimore conhece bem essa frustração contra os Bills. Na temporada passada, Mark Andrews dropou um passe decisivo numa derrota por 27-25 nos playoffs. Agora, foi Derrick Henry quem errou, ao sofrer um fumble no fim, permitindo uma virada de 41-40 para Buffalo — mesmo com os Ravens liderando por 34-19 no último quarto.
A dupla Henry e Lamar correu para 238 jardas. Jackson jogou melhor que Josh Allen na maior parte do tempo. Mas um turnover e a incapacidade de controlar o jogo no fim custaram caro — de novo.
A culpa recai sobre John Harbaugh. Baltimore parece ter um bloqueio mental e físico nesses momentos. Algo que os Chargers superaram com Jim Harbaugh e Justin Herbert diante dos Chiefs.
Se os Ravens aprenderem com essa dor, podem finalmente ultrapassar esse obstáculo e brigar pelo título da AFC. Mas o tempo está passando.
“Daniel Jones é o novo Sam Darnold”
Mayfield foi salvo pelos Buccaneers. Darnold se reinventou nos Vikings. Agora, é a vez de Daniel Jones nos Colts. Ele mostrou novamente capacidade como corredor e passador intermediário — qualidades que já havia apresentado pelos Giants.
A confiança foi restaurada e ele começou à frente de Anthony Richardson. Mas vale lembrar: foi contra a fraca defesa dos Dolphins, e em casa. O verdadeiro teste vem na Semana 2, contra a forte defesa dos Broncos no que será o “Peyton Manning Bowl”.
“Os Dolphins são o pior time da NFL”
Calma lá. Os Browns e Titans também foram mal, mesmo em jogos apertados. Os Saints não ofereceram resistência aos Cardinals, e os Giants simplesmente não competiram contra os Commanders. Os Patriots também decepcionaram em casa diante dos Raiders.
Na Semana 2, Dolphins e Patriots se enfrentam em Miami. Se os Dolphins voltarem a jogar mal — no nível do 33 a 8 contra os Colts — aí sim podemos considerar essa afirmação. Mas ser pior que os Saints? Ainda parece exagero.
“Bryce Young e C.J. Stroud deveriam ser bancados”
Tagovailoa pode até merecer banco em Miami, talvez por Zach Wilson. Os Giants já deveriam ter feito o mesmo com Russell Wilson. Os Colts acertaram ao tirar Richardson.
Young terminou bem a temporada 2024 e ganhou reforços — como o WR Tetairoa McMillan. Mas teve atuação decepcionante contra uma defesa mediana dos Jaguars. Stroud foi melhor, mas sofreu com pressão, lançou interceptação e não conseguiu conectar com Nico Collins (apenas 3 recepções para 25 jardas).
Ambos ainda merecem tempo. Os Panthers já testaram Andy Dalton em 2023. Os Texans não podem simplesmente voltar para Davis Mills. É hora de paciência — mas o Draft 2023 começa a gerar dúvidas.
“Os Bengals perderam a força ofensivo”
Como um ataque com Joe Burrow, Ja'Marr Chase, Tee Higgins e Chase Brown somou apenas 7 jardas no segundo tempo de um jogo? Surpreendente.
Mas a verdade é que os Bengals venceram os Browns por 17 a 16 — e graças à defesa. Para um time que costuma começar devagar, sair de um jogo fora de casa contra Myles Garrett com uma vitória já é um ganho enorme.
Burrow ainda vai esquentar. E com a defesa mostrando evolução sob Al Golden, Cincinnati pode se tornar uma ameaça ainda maior na AFC North — agora com três candidatos reais ao título da divisão.